_PullYourSelfTogheter_Series

Vivia a arte ephemera
Os registos pop rock desapareceram todos
Pintei por cima

Tinham medo do futuro
Nasci no antigo regime em Entrecampos
O meu pai arranjou cá trabalho
As primeiras miúdas.
Apaixonei-me por uma aluna e íamos casar.

Fui assistente do Mestre Lagoa Henriques.
Os primeiros anos da ESBAL
Vivi muito.

Acabei passados 10 anos

Quando voltei já estava completamente diferente.
E ela trazia uma maneira de se envolver com as coisas muito forte.
Ainda havia padarias.
Tivemos um caso, uma onda muito bitch
No mundo dela existia um grande sossego
Restauro
Mobiliário
Objectos gráficos

Radical VS tradicional

Nova York…
Eu tinha uma ilusão, pensava que era tudo muito mais fácil

O que se vê no cinema não pode ser levado a sério, não estava à espera da realidade que encontrei.
Gastei o dinheiro rapidamente
Arranjei trabalho numa loja de móveis

Havia uma grande beleza
É o raise and fall. O cair é a parte mais fácil

Logo se vê não funciona
Logo, não se vê nada

Havia solidariedade entre os personagens, mas decidi arranjar forma de voltar.
E voltei

Arranjei um atelier no bairro alto

Ciclo Alemanha
Testam o que podem confiar em ti
Foi uma relação de amor

Queria vencer como pintor mas era uma relação a dois
Conheci a Nina Hagen

Ninguém se interessa.

As pessoas bebem, mas nem sequer se interessam
Tudo começa a ruir quando o dinheiro não chega
Andei 8 horas a apanhar maçãs
E ela estava a ver que eu nunca mais tinha sucesso

Tiques semi decadentes
E isso é perigoso
E isso é importante

Toda a mulher tem uma ideia um pouco formada
Um sentido estético, poético, filosófico
A falta de retorno é muito grande
Sejamos positivos.


«DIE POESI»

_bARBIE sERIES_

bARBIE bLEEDS*

Barbie used to dream of being a princess in a private kingdom with strange animals as her subjects.
But Barbie has stopped dreaming
and now her imaginary world and the real world are quite the same.

«Do you have a handkerchief?

- I have a piece of cloth from the curtains that hung over my bed as a child.
Can I use it?

- Are you crying?
nO. iM bLEEDING.»

bARBIE : bLEEDING A lOT*

Barbie spends several hours staring at the sky.
In fact, sHE spent all the time she was awake, searching heaven and hell for how to get back to her former world.
One day she saw something crossing over the clouds, like a rainbow and it said like this:

- Hope is not the last to fall. You are.

bARBIE bLEEDS lIKE hELL*

Barbie feel off a bridge and the animals that were her subjects haunted her forever.

iS sHE bARBIE oR iS sHE dEAD*

Hello?
What is this?
Where did all the people go?
What's this noise?
Is it you?

Am i dEAD or am i dREAMING?
- Can you keep a promise bArbie?
Era só uma questão de tempo como já ouvi dizer.
Até que as tuas mãos se apoderassem dos mistérios senis, das costas vicentinas, dos países recentes…

Cartas de Amor para quem não vê

Convida-me para o descanso,
Convida-me para a distância,
O mundo dos vivos é vasto e os vivos são vagos.
Gritava por ti na varanda
Não te via
Gritava por ti na varanda
Não me ouvia

Quase que falavas.
Falavas pouco.
Acho que ias a cantar.

Todas a mulheres conseguem chorar.
É natural, é a nossa condição.
Não esquecer.
Há uma altura em que quase me esqueço de ti.
Lavada em lágrimas, vestida de negro, não, negro é de hoje.
Hoje já anoiteceu.
Tocam à campainha. Não me apetece.
Não estou arranjada, detesto que me vejam assim, tão desmazelada.
Como me pudeste tratar assim?
E agora quem é que me protege?

E agora quem é que cuida de mim?

E agora… quem é que faz milagres?


Mostra-me a tua cara
Livre e lúcida
Já que não leio as histórias do teu isolamento.
As pessoas estão sempre a perguntar por ti sem querer saber
Perdeste-as como querias.
Eu no teu lugar estava cheia de receios.
Descobri no que estava a pensar quando te abri a porta.
Alguma coisa importante sobre o dia de amanhã. Estou convencida que vai estar a chover.
Alguma coisa sobre as cartas encharcadas.
Sobre queimar livros para aquecer as mãos que os sem abrigo liam ao serão.
As mãos e os livros.
Sobre o relógio daquela estação.
Sobre a sujidade e o abandono da cidade.
Alguma coisa sobre os dias todos a seguir.
Para não falar na tua condição, era uma doença, acho que era assim que lhe chamavam. Não me recordo do outro nome, aquele que diziam que sofrias.
A inicio deliravas frequentemente, murmuravas com os olhos fechados horas e horas, tentava perceber o que estavas a dizer, se acaso poderia ser uma conversa em que te respondia, mas era tudo mais antigo que a minha língua. Depois já deliravas menos, ficava aflita e não conseguia dormir. Até que apenas a minha insónia ficava a velar o teu silêncio.
De qualquer maneira já se tinham ido todos embora.
Lembrei-me ontem da primeira vez que te vi a delirar, lembrei-me ontem porque ontem foi a última.

Mostra-me a tua cara
Leve e acordada
Confusa e mutilada que seja
Se pelo menos abrisses os olhos
Só quero que saibas de que lado da cama estava naquela noite
Que me peças para te matar. Que me dês uma oportunidade!

Volta, Volta, - Volta


Traz-me a tua mão velha para me mandar calar.
Dança comigo antes de a levares,
Antes de levares a única noite em que não te perdi,
Deixa todas as outras, deixa exactamente onde te pedi
Da maneira que te tenho
Não largo
Da maneira que te amo não te vi.

Da maneira que me lembro de ti, muito antes me esqueci.

Convida-me para o escuro
E acende uma luz quando me afogar
Esventra-me os sentidos esquecidos da verdade
Como a praga que branda aos portões da vila
Invade os rumos vertebrados de perseguições
Para que nos sirva a culpa, basta que o remorso não sobeje para nos culpar.

Volta - Volta - Volta!

Castiga a terra deserta de pecados
Traz-me os teus cometas e a glória de chuva carregada
A calamidade incerta dos venenos dourados
E dos teus dedos…
Ilimitados.

Acende uma luz quando me entregar,
São tantos pela estrada estreita que me pediu para chegar
Quem te culpa agora?

Certamente nem tanto quem te perguntou pela abundância do mar
Quem te censura agora?

Quase a caneta morta que deu por ti a acordar.
Quem te persegue agora?

Ninguém.

todos os trouxas deste Mundo o querem ser, não há nada que enganar.

EA pornografia é coisa que fede. Não há exploração possível. Eu não quero ficar rico. Não quero nada de nada enquanto eu for da burguesia, nada. Nem poesia, nem nada. que sa foda. não quero nada de nada. Nenhuma entidade cristã é suficente eu o sou, consciente de mim. nunca ninguém de vós poderá SALVAR de mim ele não vos poderá ensinar nada, eu sim. Eu sei tudo aquilo que você quer saber. Qualquer pergunta que tenha responda-me a mim. Eu saberei perguntar. Vá, responda-me a mim. Porquê? Porquê?


Qualquer facto que saiba não interessa para nada.
E deixem o quê? A burguesia envolta em merda é coisa que me encanta. Nada de nada. Ninguém.

A GALP é porcaria.

A porcaria é galp?. E a poesia? Retrato de mim. Qualquer caricatura que tu possas fazer é falso. Não me engana. Eu sou mais um cara. Dia sim, dia não. Não quero nenhum arranhão. A burguesia é hipocrisia. Eu sou a Pura Anarquia. Qual quer dia sim? Não. Vou sobrevivendo do arranhão da caridade é minha qualquer entendimento é pura ilusão. Não vai haver poesia. é de noite, é de dia. É de noite, é de dia...






ALmas duras. Libertem-me a mim! E levem-me o pensamento. A Liberdade é aqui. Poesia é taquicardia.

«The high cost of living»

Olhava as mãos dos outros... Cheias de campas e precipícios, valas comuns.
Soube do futuro pelos buracos decifráveis.
(existe quase que um luto, quase que uma luz caminhando pelas árvores)

O antigo guitarrista e vocalista dos Pink Floyd, Syd Barrett, morreu. A notícia foi divulgada hoje pela porta voz do grupo, embora o músico tenha falecido há alguns dias devido a complicações causadas por diabetes.
Syd Barrett foi um dos fundadores dos Pink Floyd, formando o grupo, em meados da década de 60, com Roger Waters, Rick Wright e Nick Mason.
Apesar de ter deixado a banda pouco tempo depois, o músico foi responsável pela composição de muitos dos primeiros temas do grupo. Syd Barrett abandonou a formação um ano após o lançamento de "The Piper at the Gates of Dawn", na sequência de problemas de instabilidade comportamental - muitos deles durante os concertos da banda - devido ao consumo de LSD.


- Pai o que é LSD?
- A dietilamida do ácido lisérgico.



Em nome próprio, o cantor lançaria dois trabalhos, intitulados "The Madcap Laughs" e "Barrett". Nos últimos anos o músico viveu praticamente em completo anonimato.
A sua curta carreira deixou, porém, influências tanto noutros artistas como nos seus próprios companheiros de banda, mesmo depois da sua saída. David Bowie chegou a gravar versões de temas compostos pelo songwriter, como 'See Emily Play'. O álbum "Wish You Were Here" (1975) dos Pink Floyd foi um tributo que o grupo prestou ao seu antigo elemento.
Syd Barrett tinha 60 anos.

Eu tinha 23.

Há quem persiga o luxo da paz, os que buscam a unção e infinita misericórdia da última arbitrariedade, alguém que procure simplesmente um falso conforto, uma lareira nalguma casa abandonada, onde a neve arraste os passos simples e gotas de sangue não permitam fugas para longe.
Aquele permitia-se apenas o fardo inquieto.
É confortável, a cidade, consegue deixá-lo com os pés ausentes da terra. Houve uma determinada altura em que tudo o que pertencia ao seu passado o repugnava sem nenhum motivo concreto, ali tinha crescido, ali sustentada a tese da sua vida, a miraculosa fonte de intuitos que é a vertiginosa leveza. Havia uma esquina indesvendável nas extremidades daquela história, espaço em branco
Paro um texto. Apercebo-me que ao escrever não sinto qualquer tipo de prazer. Não me consigo identificar entre as palavras, nem tão pouco me é possível distinguir a distância a que certas expressões me estão das mãos. Estou preso entre os olhos impressionados e as feridas dos fantasmas que me escorrem pela garganta. Já me tinha confrontado com esta gangrena do sono, mas apanha-me constantemente prevenido, constantemente substituído. Não sou efectivamente eu, ou alguém que tenha sido, ou pessoa suficiente para me lembrar de quem fui.
Sou limites do que sinto, minto sentindo o que Sou.
Sou estando, estando morrendo.
Falecendo do avesso do que estou.
Demasiado vivo.

«Hoje sento-me contagiado pela vida... amanhã já não sei por onde andei» (Pai, «A hora do Diabo»)
(personagem exilada no Brasil. 'São Paulo é como o mundo todo', 1983)

Ele não diria: O que é preciso para ir para o inferno?

nada e ninguém

«Sobretudo, deve ser denunciada a superstição dos lógicos, que pensam haver um sujeito para o verbo pensar na expressão eu penso­­­­­­­­, quando na verdade o sujeito não passa de uma simples ilusão gramatical. Necessário ainda acabar com os niveladores, construtores de igualitarismo democrático destinado a realizar a felicidade do rebanho, de um bem-estar, de uma facilidade e comodidade de vida para todos, que é a maneira mais expedita de reduzir o homem à mediocridade dos seus desejos, ao tamanho comum, à estatura de nada e ninguém»

Ao meu irmão e minha Mãe

Os homens cantam. Cantam porque é a cantar que desesperam.
São algo de concreto e anónimo, entre o caminho de regresso a casa e os sonhos dos filhos. São essa alguma mediocridade casta sob a vasta possibilidade da contingência.
Perguntam-me constantemente do que é que eu estou a falar... se vale a pena... se não será um silêncio indigesto mais apetecível que um fruto que deixou de ser proibido.
Que pergunta!...
Estou a falar de vidros na palma dos pés seus ignorantes!
Ficam sem saber o que dizer, desviam assuntos e olhares.
Por mim podiam morrer todos, faz-me falta a tranquilidade da ausência.
Os homens levam nas mãos atalhos profundamente destinados, cifras violentas que carregam como fardos, fardos de bolso. Palha.

Foram habituados a falar e o hábito fortalece a ordem.
Os homens fumam. Fumam bastante porque o fumo tem menos compassos de espera. Tranquiliza-me uma pessoa sacar cigarros, uma pessoa sacar cigarros mais depressa do que eu.
Os homens estendem os braços longos que arrastam pelo chão, até depois da cintura.
Os homens têm apeadeiros entre o coração e a boca e o segredo de jamais terem sido lá vistos.
Voltava para dentro, havia um hábito maior do que qualquer outro, não se fica num sítio até que esse se apague, a não ser por razões extra solidão e lá fora tudo se vai começando a apagar.

Está uma lua das melhores para a desgraça.
- Mais um jarro de sangria!
- Tu já não bebes mais meu monte de esterco com cabelo!
Alguém que se preocupa ainda comigo, sem me ter questionado sobre quem sou. Finjo. A aflição não é com quem sou, mas com o que posso fazer.
Não tem nada a ver, onde ia, apenas tão justo o que me (leva) levaria a ficar. «drama... e ao fim de cada acto limpo num pano de prato as mãos sujas do sangue das canções.»
a tarefa.
Esquecer.
a tarefa.
Ludibriar os factos, compensar a lúdica ocasião das verdades, com qualquer outra coisa digna da mais bela chatice, o aborrecimento encantado.
Só conversa de merda!
São sensivelmente duas da manhã, não passa nada por mim que valha o dente.
Expectantes, à cruz e ao credo, os meus amigos desiludem-me por costume, constantemente, e sem vergonha alguma me coíbem as aventuras edílicas. São eles os protagonistas da minha própria destruição. Eles e todos os relacionados. O pior de tudo serão mesmo amigos de amigos, que julgam estar automaticamente convidados para a minha vida ou mesmo para as quais me vejo a mim convidado.
São miseráveis.
Tomo por vida dirigirem-me um bom dia.




É leve a tua lástima, legitima a tua libertação
Larga o lume que levas
Levas lume que foi largado
Levanta-te do luxo do Luto


Morram os mentecaptos da aristocracia e os labregos da burguesia
Mestre tive um sonho de luzes esclarecedoras...

Eu sei. Eu também tive, até que os olhos me enganaram.

Mas mestre os cegos sonham?

Sonham, mas não se enganam.
«Não sei se a tua cabeça aguenta muito mais tempo esse vicio…
algum destes dias vais ter que parar para descansar,
penso que serás feliz.
Parar é mesmo isso,
parar é ser feliz,
mesmo que ainda me possas morrer.»

Espelho meu, espelho meu



«é estranho, ia jurar que espanto vinha de assombrar,
Existe um espanto de espantar?
É como às vezes fingir que sei dançar,
Mas não fazia a mínima ideia que o medo se pode arremessar!...»